Dodomundi #10 - Atchim! 5 motivos para não dar as costas para o que vem do México

1.T.V. - Los Dynamite
2.Turnaround - Chikita Violenta
3.Blue Boy - Sub-division
4.Ya no se ni donde estoy- Volovan
5.Corazon Atomico - Zoé

Woody Allen + Seinfeld?

"Whatever Works" é a (esperada) volta de Woody Allen à Nova York e a (esperadíssima) tentativa de Allen em trabalhar com Larry David, roteirista de Seinfeld.

Abriu ontem o festival de Tribeca, em Manhattan.

Estréia nos EUA em Junho.

Não há cartaz ou trailer disponível ainda. Mas a primeira imagem do filme já vazou na rede.






O Site oficial do filme: http://www.sonypictures.com/classics/whateverworks/

Dodomundi #8 - Quatro canções para o Ipod do Ministro Joaquim Barbosa

1. Be Thankful For What You Got - Willian De Vaughn
2. Dia de Graça - Candeia
3. What side You on? - Public Enemy
4. Zumbi - Jorge Ben


Dodomundi #7 - Especial Patty Waters

Patty Waters merece um especial. A delícia do tormento feminino. E "Black Is The Color Of My True Love's Hair", o maior registro feminino da história, em sua íntegra.


Dodomundi # 7 - Especial Patty Waters from Dodô Azevedo on Vimeo.

01. At Last I Found You - Patty Waters
02. Never Let Me Go - Patty Waters
03. Black Is The Color Of My True Love's Hair- Patty Waters

Dodomundi #6 Domingo de Outono

Cinco canções para sonorizar sua tarde de outono.


1.Cuchi Cuchi - Los amigos invisibles
2.Hello sunshine - Aretha Frankin
3.Oh Child - Nina Simone
4.Sunday Sun - Beck
5.Post Scriptum - PELVs



Dodomundi #6 - Domingo de Outono from Dodô Azevedo on Vimeo.

Música como estrela de cinco pontas. Dodomundi #5 pinça uma canção em cada extremo.


1.Aurora - Dick Haymes
2.Leaf house - Animal Collective
3.Drinking Wine - Pizzicato Five
4.Brothers on the Slide - Cymande
5.Gayane Suite - Aram Khachaturyan


Dodomundi #4

O Outono de Kurt Cobain
Olho pro céu azul de 5 de abril de 2009 e me lembro do que Kurt Cobain me disse, na tarde de 23 de janeiro de 1993: Dodô, se eu tivesse nascido no Rio de Janeiro, provavelmente não seria um fodido carente desgraçado.

Kurt havia acabado de voar de asa delta pelo céu azul do Rio de Janeiro e estava cheio de vontade de viver... uma vida fora dali, daquele corpo, persona, daquela banda. Estava sob abstinência de heroína mas nos adiantou que provavelmente voltaria a usá-la - "Subir no palco e consatar que os fãs da minha banda são uns garotos retardados que só gostam de mim porque estou na MTV é uma dor insuportável".

É hoje conhecida a história do "encontro secreto de Kurt Cobain com fanzineiros cariocas no Rio" a que se refere a Wikipedia, por exemplo. Quando abordei Cobain numa tarde de sol nos corredores da praça da apoteose pedindo uma entrevista para meu programa na Rádio Fluminense, o College Radio, ele que não viria a dar entrevistas para jornalista algum, entusiasmou-se e convidou todos os meus amigos e companheiros de trabalho para um bom dia de água mineral e chá no hotel Intercontinental. Porque em troca, oferecemos um papo sobre pedais de distorção, quadrinhos alternativos, fanzines e bandas de garagem.

Na tourné, todos só queriam saber do Kurt Cobain popstar, convidando-o para uma noite de piração com drogas ou jam sessions na beira do precipício (o que ele, sua persona, não recusava). Em São Paulo não havia sido diferente. Quando eu determinei que nossa câmera de vídeo ficasse com a lente tampada durante todo o dia, registrando apenas áudio, joguei no lixo todas as regras do bom jornalismo, do senso de oportunidade. É minha dívida de vida para com Rogério Goulart, Rodrigo Lariú e Lívia Lázaro os amigos que havia levado para o encontro com Cobain. Mais tarde, no aniversário de 10 anos do suicídio de Kobain, Lariú conseguiu ainda exibir uns trechos em áudio de nossas conversas na MTV Brasil.

Mas acredito que com essa atitude ganhamos um interlocutor confidente. Há muito o que se falar e o que se escrever sobre nossas conversas e talvez isso seja feito no dia em que eu me sentir confortável com devassar algo que nos foi confidenciado tão intimamente.

Obrigação, ou a minha vela para Kurt Kobain, é periodicamente informar que o maior astro pop dos anos 90 era um garoto inteligente que havia acabado de se tocar da futilidade e da covardia de ser uma pessoa desesperada. Essa epifania era também a sua agonia. Descobrir que seus motivos para ser uma pessoa deprimida são adolescentes é um ritual dificílimo de passar, ainda mais para quem já experimentou heroína - droga que dá um barato impagável, uma sensação de resolução absoluta de problemas que só a morfina dá.

"I miss the confort in being sad" escreveria Cobain na letra de "Frances Farmer Will Have Her Revenge On Seattle" algumas semanas depois de termos conversado profundamente sobre isso, e eu ter chamado a atenção dele de que o samba brasileiro, o fado português, o tango argentino e o jazz americano sabem muito bem conviver, administrar e transformar tristeza em arte. Cobain, um garoto vindo do interior dos EUA, com uma cultura adulta deste tamaninho, simplesmente não sabia como fazer o mesmo, admitia.

Courtney Love interrompeu nosso papo inúmeras vezes gritando do quarto - estávamos na sala de estar que compunha a suíte presidencial do casal. Os dois eram vagabundos em alta roda. Não tinham estrutura para ser o que eram. Era mais um dos tantos casais onde o rapaz é um menino carente sensível precisando de uma mãe-mulher-bomba e da mulher dominadora que só se interessa por homens fracos. Um céu azul e o anonimato savariam suas vidas (alguém duvida que Courtney é hoje também um cadáver?)

É por isso que quando fomos hoje comprar fraldas descartáveis para um chá de bebê e um brunch no Parque Laje sob a vigilância do céu de outono do Rio, pensei em Kurt Cobain e nas minhas heroínas e morfinas: Uma gata pelo curto brasileiro que não para de me trazer baratas mortas pra me mostrar o quanto a vida é violenta e adorável e uma moça com um verso triste do Paulo Leminski tatuado nas costas que todos as manhãs acorda com um humor péssimo e adormerce a noite feliz como uma gata que caçou uma barata.

Voltei pra casa no fim da tarde, fiz carinho nas duas, dedilhei umas notas tristes no violão e tornei a olhar pro céu.


5 canções que, dito dele pra mim em 1993, tocavam no discman de Kurt Cobain.

1.Venus - Shocking Blue
2.Mothership Connection - George Clinton & Parliament Funkadelics
3.Son of a Gun - The Vaselines
4.Seemed like the thing to do - Dinosaur Jr.
5.OH! - The Breeders


Dodomundi #3


Dodomundi#3: 5 musiquinhas em homenagem a Ana, a gata.

1.Wildcat's Blues - Sidney Bechet
2.Catwalk - Beat Happening
3.Something for the Cat - Henry Mancini
4.Chanson des Chats - Gael Garcia Bernal (vocais) & Michel Gondry (bateria)
5.Tigresa - Secos e Molhados

Dodomundi # 2

Dodomundi#2: 5 musiquinhas do Little Joy em versões acústicas.
1.Play the part (versão acústica) - Little Joy
2.Keep me in mind (versão acústica) - Little Joy
3. Brand new start (versão acústica) - Little Joy
4. Next time around (versão acústica) - Little Joy
5. Unattainabble (versão acústica) - Little Joy