Traduzindo um Dylan Thomas
As mãos estavam cansadas, apesar de toda a noite terem repousado em cima dos lençóis da cama e dele só as ter levado à boca e ao seu coração revolto. As veias corriam, insalubremente regatos azuis, para o branco mar. O leite ao lado fumegava de uma chávena nicada. Cheirou a manhã, e soube que os galos dos pátio inclinavam as cabeças e cantavam ao sol. Que eram os lençóis envolventes senão as mortalhas dos defuntos? Que era o relógio vozeiro, batendo entre as fotografias da mãe e da falecida mulher, senão a voz dum velho inimigo? O tempo era suficientemente misericordioso para lhe deixar o sol vir à cama, e impiedoso para despedir o sol a badaladas quando a noite caía e mais ainda ele precisava da luz rubra e do claro calor.
O Fim do Frio
segunda-feira, 17 de agosto de 2009 | Postado por Dodomundi às 17:07
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